O Programa Territórios Livres do Baixo Parnaíba (Comunidades do Baixo Parnaíba e Fórum Carajás)
sábado, 21 de maio de 2022
a atualidade de Aluisio Azevedo
Na historia da literatura, Machado de Assis é a grande referencia intelectual. Por outro lado, Aluisio Azevedo é o grande herói literário. Escrever O Mulato em plena São Luis escravocrata do século XIX por mais que a escravatura estivesse próxima do fim, a tarefa de expor as relações sociais vinculadas ao sistema agrário do Maranhão acarretariam consequências e truaumas para qualquer um e Aluisio Azevedo não era qualquer umcomo se provou com essa obra e com outras da sua lavra. Pode se considerar Aluisio Azevedo o grande herói literário da literatura maranhense e da literatura brasileira, mas esse epiteto esconderia o projeto do escritor. Em suas obras, Aluisio analisou impiedosamente as práticas racistas, autor4iárias, corruptas e mercantilistas da sociedade escravocrata, aristocrática e imperial. O Mulato seria uma analise dos efeitos da escravidão sobre a vida das pessoas tanto quem escravizou como os escravizados. O Corticço seria a analise de como era a vida das pessoas no Rio de Janeiro que habitavam moradias insalubres. Bem resumidamente, é isso. Ater-se apenas ao conteúdo explicito dos livros pode ser limitante o que implicaria numa analise datada e conservadora. Não há mais cortiços no Rio de Janeiro não na forma como havia no Rio de Janeiro no fi século XIX e nãoha ´mais escravidão no Maranhão e no Brasil como havia no final do século XIX. Os cortiços foram demolidos pelas administrações municipais cariocas e a escravidão foi abolida pela prince3sa Isabe. Dito e feito, as obras de Aluisio Az3vedo não fariam mais sentido na realidade de uma sociedade brasileira democrática e capitalista. Onde uqer que cheguem, Democracia e Capitalismo se apresentam como inibidores de conflitos. A realidade realmente prova o contrario desta hipótese. O maranhão com seus inúmeros conflitos agrários e ambientais e o Rio de Janeiro com a hiperbolização das construções irregulares amostram o quanto o Brasil do Cortiço e o Brasil Mulato persistem nas práticas e nas mentalidades de toda a sociedade brasileira. Tambem amostra o quanto Aluiso Azevedo é atual e iinidspensavel.
segunda-feira, 16 de maio de 2022
A historia do povo cercado
Quem sabe, um dia eles se cansem. Tantas fazendas ao redor e eles com um tiquinho de nada. As fazendas os cercaram . impedem que plantem suas roças, construam suas casas e morem onde devem morar. Não foi de hoje que essa historia começou mal. A historia mal começou a ser contada para falar a verdade. Eles tem dificuldade de contar sua historia, de botar no papel e de se abrirem como alguém faria com um livro. Por terem dificuldade, no intimo eles zombam de quem oferece ajuda. Ele fala a língua daqueles que os cercam, a língua tambem constrói cercas, fortalezas e etc. entretanto, ele não constrói cercas. O que ele constrói? Ele poderia responder gratuidades e populismo. Prefere desfazer impressões erradas. Contaram-lhe uma historia, não do povo cercado, de um outro povo que levava gado por aquelas Chapadas em pleno verão o que quer dizer que para qualquer lado que se virasse pode se esquecer de água. O nome Pastos Bons vem dessa época em que havia muitas pastagens para o gado comer. A historia do povo cercado vem do inicio do século XX em que um vaqueiro fazia serviços para os fazendeiros e num desses serviços resolveu se abancar em um terreno. Parte desse terreno é o que as pessoas conhecem por quilombo Jacu e quilombo Cascavel há poucos quilômetros de distancia de Pastos Bons. É a historia do povo cercado que aos poucos vê seu território sendo engolido por plantações de soja. E eles não se cansam tipo Claudete, presidente do quilombo Jacu, que rende sinceros deboches aos politicos locais pouco afeitos a visitas aos quilombos. Ela debocha dos políticos e encara com coragem as ameaças de morte. Passou a vida vendendo dindim em eventos então ficar cansada foge da regra de vida.
segunda-feira, 9 de maio de 2022
A lembrança
Se pudesse lembrar de todos os fatos de sua vida até aquele momento. Como seria a sua vida? Viveria para lembrar ou viveria eternas lembranças? É praticamente impossível a pessoa se lembrar de tudo o que viveu, o que viu, o que leu, o que escreveu porque se pudesse lembrar tudo sem que nada escapasse o que viveria? Por mais absurda que possa aprecer a ideia de relembrar minuto a kminuto, ela é possível de outras formas. Comprar, ler e colecionar livros são formas de não esquecer o que se passou consigo e com pessoas que a pessoa nem teve contato. É incrível que possa escrever sobre situações e experiências que não se ivenciou. Pode ser que na verdade o escritor escreva baseado somente no seu eu. Coreto, contudo só a subjetividade de uma pessoa não é capaz de dar conta de relembrar fatos que sequer esteve presente ou apenas ouviu falar ou apenas leu rápido.para ser capaz de relembrar o escritor interage com uma infinidade de lembranças, experiências e situações que chegam a ele por diversos meios. As revistas semanais e mensais foram um grande meio de obtenção de informações por parte da sociedade burguesa e capitalista. Em boa parte, esses meios foram abandonados para darem lugar a outros meios mais rápidos e menos consistentes do ponto de vista histórico social. Um amigo, dono de um sebo de livros, enviou-lhe uma mensagem avisando que da próxima vez que se vissem lhe daria uma lembrança. Demorou uns dias para que recebesse a lembrança. Receber uma lembrança equivaleria a ganhar um presente da subjetividade do outro. O outro reconhece em você algo passado. a lembrança em questão era uma revista onde se lia uma entrevista de Martinho da Vila. Duas falas o sugestionaram: que fora Nara Leão quem abrira as portas para uma geração de sambistas nos anos 60 porque perdera o interesse pela bossa nova e que Paulinho da Viola bebia mais que ele. Dus coisas inimagináveis. A lembrança abre passagens pela historia.
sexta-feira, 6 de maio de 2022
O sono da razão gera monstros
O titulo do quadro de Francisco de Goya, pintor espanhol do final do século XVIII e começo do século XIX, assusta quem o lê sozinho ou quem o lê apreciando a tela. E é para assustar mesmo. Quem governava a Espanha nessa época era a nobreza mais reacionária e mais tacanha de toda Europa. A nobreza de Portugal talvez chegasse perto da nobreza espanhola no quesito tacanhez. Essa tacanhez era fruto de séculos de influecnia do catolicismo e da inquisição católica, do saque as riquezas naturais dos países colonizados pelos espanhóis, uma nobreza gastadora e improdutiva e etc. Os ventos que sopravam da França, iluminismo, revolução social, geravam em setores intelectuais, artísticos espanhóis a esperança de que seu pais saísse do atraso em que se localizava.essa esperança tambem gerava duvidas do que viria pela frente após a derrubada da monarquia e a instauração de um sistema liberal de poder. A obra de Goya, em grande parte, representa essa duvida referente ao que as revoluções sócio econômicas liberariam na conjuntura espanhola. Até mesmo a razão dorme e sonha e os sonhos experimentados ela não pode controlar. Futuramente, a escola de Frankfurt reara uma critica parecida ao que se tornou a razão e a instrumentalização que a burguesia exercia sobre ela e que desencadeou a ascensão do nazismo e do fascismo nos anos 30. No segundo mandato da presidente Dilm, o estado brasileiro iniciou a discussão de um programa voltado para a expansão da fronteira agrícola nos Cerrados brasileiros. A sigla do programa se chamava MATOPIBA que pega as primerias letras dos estados que o governo brasileiro pretendia desencadear esse programa. A intenção principal do programa era expansir a produção de soja mas os representantes do governo e da inciativa privada cobriam essa intenção com,um discurso de formar uma classe média rural. O estado do Maranhão começa a ver em vários municípios o resultado do Matopiba em pequena e larga escala. Um desses exemplos é o da comunidade de Surrão, município de Urbano Santos que vendeu dois mil hectares de Chapada por dois mil reais o hectare. Passados alguns dias da venda, os moradores não tem mais dinheiro, não tem terra mais plantar, não tem mais chapada para coletar bacuri e por ultimo, os filhos acabam com os carros que os pais compraram com o dinheiro da venda. Vendo a expansão do agronegócio da soja sobre os territórios tradicionais e quilombola so Maranhão e as suas consequências a pessoa entende o que está implícito na obra de Goya e na critica da escola de Frankfurt.
o banco de cem anos
Não perderia a oportunidade. Fotografar um banco de madeira cuja fabricação datava da segunda metade do século XIX. O banco adornava o terraço da casa do Edson liderança da comunidade indígena quilombola Vão Grande município de Colinas. Sentara no terraço mas nem seu Souza para o banco. Dona Regina chamara a sua atenção antes de irem.embora "Não vais fotografar o banco de cem anos ?". O tataravô do Edson fabricara o banco então não podia ser cem anos. Aquele banco completara cento e cinquenta anos e por alguma consciência social e histórica ninguém o desmanchou. Os antepassados do Edson prezavam a carpintaria. Ele continuou a tradição a sua maneira. Erguendo cercas de boa qualidade por onde anda até no Para. Ainda bem que o banco de manteve inteiro e saudável por assim dizer. Membros da família do senhor Carlos Brandão governador do Maranhão disputam a posse dos 1400 hectares do Vão Grande com a família do Edson. Alegam serem os verdadeiros proprietários pensando na sua venda para a fazenda Colina Verde produtora de soja.
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Consorcio do crime
O seu Edson, líder da comunidade indígena quilombola, contou a historia de um garimpeiro que comprou uma fazenda em Santa Filomena, município de Presidente Dutra, centro maranhense. ele comprou uma propriedade extensa e não se deu por satisfeito Quis comprar uma propriedade de 50 hectares de um aposentado. Botou em cima do idoso. Chegou a um preço de 350 mil reais. Em todas as propostas, o idoso respondeu que não queria e na ultima deixou bem explicito “não Vendo”. Quem ouviu a historia defendeu o assedfio do garimpeiro. O senhor Edson que sofre pressões da parte da família Brandão para entregar o Vão Grande pensava o contrario, que o aposentado agiu bem em não vender. “Ele não tinha porque vender”, afirmou o senhor Edson. Seu Edson ao relatar esse caso no fundo falava de si e da situação da sua comunidade. Integrantes da família Brandão queriam que ele fizesse um acordo “benéfico” em que entregaria a metade do Vão grande. ai se pergunta porque tenho que fazer acordo com eles/ só porque governam a cidade de Colinas? A situação do senhor Edson se assemelha a diversas situações de comunidades tradicionais e quilombolas cujos territórios são cobiçados pelo agronegócio da soja e por políticos e por juízes. O senhor Edvaldo, liderança do território quilombola de Jacarezinho, foi assassinado porque não aceitava propostas de acordo enviadas por plantadores de soja do Paraguai e do Rio Grande do Sul. O acordo era abrir mão de cinco mil hectares e os plantadores de soja bonzinhos doavam menos de 200 hectares. Os plantadores de soja enivam áudios ameaçando que vão entrar no território porque compraram não sei quantos hectares de não sei quem e que4 o juiz deferiu liminar a seu favor e que a Secretaria de Meio Ambiente do Maranh]ao concedeu licença de desmatamento.o que se vê no assassinato do senhor Edvaldo e na pressão do agronegócio sobre os territórios quilombolas e um consorcio que envolve órgãos estaduais, políticos, juízes, grileiros e empresas do agronegócio. .